Acaba de sair um livro que reune dois textos menos conhecidos de Fernanda Young. Chatices do amor reúne dois textos, O piano está aberto e O livro. O primeiro sobre depressão e o segundo um recorte de seus ultimos escritos.
Conhecida por roteiros de programas de TV de muito sucesso como Os Normais, Minha Nada Mole Vida e Shipados, além de ter participado por anos, em dupla impagável com Rita Lee, do programa Saia Justa. Fernanda Young tem uma produção literária robusta.
Apesar da morte ainda muito jovem escreveu muito, 15 livros e 15 sériados para televisão, fora outras produções.
Vergonha dos pés (1996)
O romance de estreia da autora também foi o primeiro livro dela que eu tive contato e lembro como se fosse hoje da força arrebatadora que o texto teve sobre esse à época jovem leitor. Conta a história de Ana, uma estudante de letras que sonha em ser escritora. A personagem, solitária e lírica, cria histórias fantásticas e imagina tramas sórdidas em sua cabeça, mas nunca consegue colocá-las no papel.
Aritmética (2004)
Um dos livres mais ousados da autora e um dos mais diferentes tenta discutir a matemática do sexo, com seus problemas sem solução. A diminuição de um sentimento, a soma de dois desejos. A divisão de um coração, a multiplicação das culpas. A paixão elevada à última potência. A raiz quadrada do ódio, o fracionamento das emoções. O impar que há nos pares e o paradoxo do amor infinito.
Pós-F: Para além do masculino e feminino
Em sua primeira obra de não ficção, Fernanda Young se insere no acalorado debate sobre o que significa ser homem e ser mulher hoje. Ela se revela como uma das tantas personagens femininas às quais deu voz, sempre independentes e a quem a inadequação é um sentimento intrínseco. E esse constante deslocamento faz com que Fernanda seja capaz de observar o feminino e o masculino em todas as suas potencialidades. É daí que surge o Pós-F, pós-feminismo.
Tudo que você não soube (2007)
Neste romance, Fernanda Young troca o humor ácido por um tom amargurado para contar, em primeira pessoa, a história de uma mulher sem nome que escreve ao pai moribundo, com quem não fala há anos. Uma longa carta, na qual a personagem faz um resumo detalhado da sua vida, dividida entre o desejo de chamar a atenção do homem que a colocou no mundo e a vontade de chocá-lo com suas revelações.
Carta para Alguém bem perto (1998)
A personagem desse livro incrível do inicio da carreira da autora aos 34 anos, está insatisfeita, mas não sabe por quê. Até que surge a oportunidade de fazer uma viagem de carro pela Europa para acompanhar o amigo do seu marido que tem AIDS. Entre paisagens da Itália e da França, quartos de hotel e as ruas de São Paulo, o romance fragmentado, de ritmo inquieto e não linear, conta a trajetória de uma mulher à procura de si mesma.