Hoje estreia nos cinemas um dos filmes brasileiros mais aguardados do ano, é a estreia do amigo Francisco Garcia na direção de longas metragens. Velho conhecido dos cinéfilos que acompanham os festivais de cinema da cidade, entre eles principalmente a Mostra, em que seus curtas-metragens Desequilíbrio (2004, 29ª Mostra), Nanoilusão (2006, 30ª Mostra) e A Cauda do Dinossauro (2008, 32ª Mostra) baseado na obra do cartunista Angeli já haviam participado do festival paulista e causaram uma ótima impressão. Francisco Garcia foi assistente de Beto Brant e agora ele lança sua carreira nas longas metragens com o Filme Cores, que vem fazendo sucesso nos festivais por onde passou e devo confessar que fiquei positivamente surpreso. Tanto pela qualidade do roteiro, pela força das imagens e das atuações, quanto pela força e maturidade da Direção de Chico. Não é a toa que o filme vem sendo aclamado pela crítica especializada, praticamente todos os jornais fizeram elogios ao filme.
No impressionante filme de Chico, como é chamado pelos amigos mais próximos, três jovens amigos vivem na cidade de São Paulo nos dias atuais. Luca, 31, é tatuador e mora com a avó. Ele mantém seu estúdio de tatuagem nos fundos da casa em um bairro periférico da cidade. Luiz, 29, vive em uma pensão no centro, faz bicos com sua moto e trabalha em uma farmácia. Luara, 30, sua namorada, mora em um apartamento na frente do aeroporto e dedica todo seu tempo ao trabalho em uma loja de peixes ornamentais, uma forma de espantar a solidão e conseguir juntar dinheiro para viajar. A vida dos três amigos é marcada por uma rotina ordinária e pelo consumo: uma história de amizade e desilusão na grande metrópole. Grande metrópole que foi muito bem retratada pelo diretor, criando belíssimas imagens em preto e branco da cidade, uma cidade que pode ser muitas coisas diferentes, depende de quem olha. Além disso os sons da cidade captados fazem parte da narrativa de forma precisa, engraçado pois é evidente o cuidado que o diretor tem com o SOM, a trilha é ótima, mas não é só isso, ele tem um tratamento técnico muito interessante.
As atuações são precisas e tudo parece ter uma cara e um ritmo mais antigo, ou seria antiquado, de uma época e um tempo que não existe mais. O filme trata da juventude, mas não dessa juventude da frenética vida virtual, mas de uma juventude mais poética, dessa turma que encontramos pela Augusta, pelos bares e teatros da praça Roosevelt e claro nos festivais de cinema pela cidade. Enfim um baita filme nacional. Imperdível
Cores (Brasil)
Direção e Roteiro: Francisco Garcia
2012 | PB | 95 min. | Ficção | Classificação: 16 anos