Meryl Meisler registrou dois momentos antagônicos ocorrendo simultaneamente: a decadência da urbanidade em uma megalópole da nação mais rica e poderosa do planeta, e o escape irreverente, ousado e até perigoso dos seus habitantes, marginais e marginalizados, em festas regadas à disco music e seus “templos de perdição”.
As imagens impactantes de sua jornada rumo ao cenário de caos estão no livro ‘A Tale of Two Cities: Disco Era Bushwick’, que é acompanhada da exposição que leva o mesmo título. Nessas fotos, usando a câmera do famoso Studio 54, Meryl conta a história que não é muito conhecida do grande público, composta de extravagâncias típicas dos anos 1970, era em que imperava a discoteque e a cultura de sexo pós-flower power, doses cavalares de drogas e muita música com o rótulo “disco”.
Sob esse olhar, a Nova York de Meryl Meisler, é ao mesmo tempo decadente e intrigante, mostrando um período considerado pobre em termos de cultura, de organização pública, a descrença na política e no social (eis o período do surgimento do movimento punk), e cujo cenário desolador combina ruínas de casas, prédios e edifícios com a alegria dos habitués de casas como o próprio Studio 54.
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